Justiça barra audiência para discutir venda de fazendas experimentais como a de Pirassununga

Marcos Santos/USP Imagens

Créditos da imagem: Marcos Santos/USP Imagens / fazenda experimental da USP de Pirassununga.

Justiça suspendeu, na última sexta-feira (11) audiência pública agendada pelo governo do Estado para discussão da venda de 35 áreas de pesquisa agropecuária, também conhecidas como “fazendas experimentais”.

Ela estava prevista para esta segunda-feira (14) no salão nobre da Secretaria da Agricultura, no centro da capital. Entre os lotes está uma área localizada em Pirassununga.

O comunicado foi publicado no Diário Oficial do Estado na última terça-feira (8) e se direcionava a pesquisadores da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) e dos Institutos de Zootecnia, Biológico, Pesca, Agronômico e da Apta Regional.

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Porém, em Ação Civil Pública movida pela APqC (Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo), a 15ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo decidiu pela suspensão da audiência. A entidade argumenta que a Constituição do Estado exige que o Poder Legislativo seja consultado sobre eventual projeto de venda de áreas de pesquisa.

“Ao menos em sede preliminar, não consta que o Poder Legislativo tenha aprovado o pedido de alienação proposto pelo Poder Executivo”, disse a juíza Gilsa Elena Rios ao conceder a medida, que cabe recurso.

Cientistas se posicionam contra venda de áreas de pesquisa

O comunicado de convocação foi alvo de críticas por parte da comunidade científica. Após a publicação, a APqC divulgou uma nota que afirma que a venda de fazendas experimentais compromete a segurança alimentar da população.

De acordo com a associação, as áreas listadas são referência há décadas pelos estudos realizados pelos institutos públicos de pesquisa ligados à secretaria de Agricultura e Abastecimento.

“A segurança alimentar das próximas gerações depende do investimento que fazemos hoje em pesquisa e inovação, e o Estado de São Paulo sempre esteve na vanguarda do conhecimento. Sem áreas de experimentação, não é possível testar e validar soluções que garantam produtividade, adaptação climática e sustentabilidade”, afirma Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC.

Cidades com áreas listadas pelo governo de SP para venda

O comunicado de convocação no Diário Oficial do Estado lista 35 áreas espalhadas por cidades paulistas. Os municípios presentes na lista, com a respectiva quantidade de espaços listados, são:

  • São Roque (1)
  • Iguape (1)
  • Peruíbe (1)
  • Campinas (3)
  • Nova Odessa (8)
  • Mococa (1)
  • Monte Alegre do Sul (1)
  • Piracicaba (1)
  • Ribeirão Preto (2)
  • Tietê (1)
  • Sertãozinho (1)
  • Jaú (1)
  • Ubatuba (1)
  • Gália (1)
  • Itararé (1)
  • Palmital (1)
  • Dois Córregos (1)
  • Registro (1)
  • Cananéia (2)
  • Pirassununga (1)
  • Jundiaí (1)
  • Itapetininga (1)
  • Pindamonhangaba (1
  • Tatuí (1)

O que diz o governo de SP?

Em nota ao jornal O Movimento , a Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) informa que vai recorrer da decisão liminar proferida na quinta-feira (11). A Pasta já havia convocado a comunidade científica para apresentar as áreas a serem desmembradas. A proposta, assim como prevê a legislação vigente, também será alvo de análise da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

O Governo do Estado esclarece que as áreas eventualmente alienadas não comprometerão as atividades de pesquisa, garantindo a continuidade integral da produção científica em São Paulo.

Importante salientar que estas áreas representam aproximadamente 5% das propriedades da pasta e parte do valor obrigatoriamente será revertido para novos projetos de pesquisa e modernização da infraestrutura das unidades da pasta”, afirma a SAA em nota ao jornal.

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