Importações desleais ameaçam a competitividade da indústria têxtil brasileira

Créditos da imagem: fcem

Em atenção ao que foi veiculado recentemente neste jornal, a Associação Brasileira de Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas (ABRAFAS) vem elucidar pontos relevantes sobre a utilização de mecanismos de defesa comercial em atendimento a práticas desleais de comércio.

Inicialmente, cabe trazer ao leitor o fato de que o setor têxtil brasileiro, em todos os seus elos (fiação, malharia, tecelagem e confecção), vem enfrentando situação preocupante por conta da crescente importação de produtos a preços desleais, ou seja, com prática de dumping, especialmente originários da China.

É importante ressaltar que tal prática, em que se exporta um produto para um determinado país com preço abaixo do valor praticado no mercado interno do país exportador, tem a intenção de comprometer a existência dos produtores nacionais, colocando em risco empregos, investimentos e a expansão das atividades industriais. Uma vez eliminada a produção nacional, os exportadores passam a praticar o preço normal de mercado.

Nesse aspecto cabe o seguinte questionamento: o Brasil deve perseguir política de fortalecer a sua cadeia produtiva no país ou sacrificar a sua produção nacional em prol de produtos importados? Pois se essa última escolha for feita, então não somente o elo de fiação será atingido, mas toda a cadeia têxtil, pois passar-se-á a não mais produzir roupas no Brasil e sim importá-las prontas.

Do contrário, em havendo a vontade de se manter uma base produtiva nacional, então as investigações antidumping surgem como mecanismo legítimo e necessário para corrigir a referida distorção de preço, para garantir condições justas de concorrência no mercado e evitar o desmantelamento da indústria doméstica.

E neste ponto, ressalta-se que houve a correta abertura de investigação antidumping com vistas a evitar um desmonte da indústria têxtil nacional no segmento produtivo de poliéster, frente às importações desleais.

Cabe destacar que de acordo com ex-Secretário de Comércio Exterior e atual painelista da Organização Mundial do Comércio (OMC), Welber Barral, somente as empresas que praticam dumping serão sobretaxadas.

Em suas palavras, “os direitos antidumping são ferramenta legítima para corrigir distorções no comércio internacional, sendo a recente abertura da investigação antidumping contra fios de poliéster originários da China apenas o passo inicial de um procedimento administrativo técnico, no qual será oportunizado contraditório e a ampla defesa a todas as empresas chinesas para que estas provem que o seu preço não é desleal”.

O ex-Secretário ressalta que, em muitas investigações, diversas empresas foram capazes de comprovar que não praticam dumping e, nestes casos, não houve aplicação de qualquer medida.

Diante disso, a ABRAFAS entende que não cabe fazer ponderações em relação a eventuais impactos inflacionários quando não há sequer uma sobretaxa calculada em função dos dados dos exportadores chineses, mas apenas uma estimativa prévia realizada pelo governo brasileiro para fins de abertura da investigação, fundada em dados públicos disponíveis.

Na mesma linha, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) se posicionou favoravelmente ao combate a práticas desleais que ameaçam a indústria nacional. Segundo o seu Presidente Flávio Roscoe: “O fortalecimento da cadeia têxtil nacional é uma questão de interesse estratégico. Manter todos os elos produtivos no Brasil significa garantir empregos, estimular investimentos e promover o desenvolvimento econômico. Além disso, reduz a dependência externa, que é estratégia que vem sendo adotada pelas principais potências econômicas do mundo, como Estados Unidos, União Europeia e Índia, por exemplo”.

É sob estas premissas que a ABRAFAS entende que a aplicação de medida antidumping é corretiva e só ocorrerá para as empresas que estiverem praticando comércio desleal, sendo sua aplicação condição básica para estabelecer patamares de concorrência equilibrada, o que permitirá não somente a manutenção dos parques industriais atuais, mas a atração de novos investimentos, fortalecendo a cadeia produtiva como um todo.

Informe publicitário – Este conteúdo é de responsabilidade do anunciante

Jornal O Movimento  Há 91 anos, a principal referência em jornalismo na região

 

Publicidade




FIQUE LIGADO
Fique ligado em tudo que acontece em Pirassununga e região. Siga os perfis do jornal “O Movimento” no Instagram e no Facebook.

📲 Faça uma denúncia ou sugira uma reportagem sobre Pirassunungae região por meio do WhatsApp do jornal O Movimento: (19) 98250-6789.

Compartilhe este artigo
Redação

Redação

Fundado em de maio de 1934, o jornal O Movimento pauta seu trabalho jornalístico nos princípios da ética e profissionalismo, oferecendo informação, cultura e entretenimento a milhares de leitores.